
Era frio. Ela sabia disso pela forma que seu nariz ficava vermelho, mas seu corpo ainda fumegava e as lagrimas escorriam por entre as bochechas rosadas pelo vento.
-Não quero q seja real! Não... Não pode...NÃO!
Caiu de joelhos na neve fofa, gritava desesperadamente, mas ninguém entendia, também pudera, estava falando portugues na Inglaterra.
Uma criança loira passou ao seu lado, ajoelhou e disse:
-Está tudo bem, ele estará bem!
Era tão pequena e tinha o semblante cristalino, como se emanasse luz, por tudo isso, essas palavras levaram a moça um sentimento estranho era como se as lagrimas saissem de enxurrada, lavando alma, era como se o frio apertasse, mas as roupas incomodassem, era como se tudo perdesse o sentido, mas o sonho recobrasse a força.
-Quem é você? Eu...eu preciso....preciso sa..
-Sou como o vento!
Tendo dito isso sorriu docemente, saiu correndo e desapareceu por entre as arvores do bosque.
-Como...o...vento..
Enquanto se repetia essas palavras a mente buscava as memórias antigas, se lembrou de quando era uma criança que vivia pulando entre as arvores do bosque cantarolando:
-Sou como o vento a soprar as asinhas da pequena borboleta que vai voar....vai voar livre...
Chorou ainda mais diante de tal lembrança e, por mais estranho que pareça, percebeu que aquilo tudo lhe dava nova força para continuar, apoiou uma das mãos para se levantar, numa arvore espinhosa, sentiu a dor tomando conta de cada parte de seu corpo, mas não deixou se abalar, pois sabia o que precisava fazer e não podia mais adiar era sua decisão.
Levantou com as pernas bambas e foi ao hospital em que ele estava, parou diante do quarto de numero 103 e olhou pela ultima vez seu passado e a voz de esperança resoou em sua cabeça, era a hora de acabar de vez.
Entrou no quarto sem receio, ele olhou em seus olhos e lhe disse:
-Sabia que voce viria!
Ela suavemente sussurrou:
-Finalmente acabou! Descanse agora.
Ele fechou os olhos devagar e morreu docemente ao som daquelas palavras.
De manhã ela acordou de sobressalto, Bimi ainda lambia seus pés, foi olhar seu rosto meio palido no espelho e com certa exaltação entendeu seu sonho.
As lembranças dele ainda ainda estariam em seu coração mas seus sentimentos haviam morrido junto ao seu sonho.
Era dia 10/3, se arrumou com todo capricho e colocou seu vestido feito sob medida para ir ao casamento dele, afinal seu papel de madrinha ainda era importante.
.
Lindão o seu post *______*
ResponderExcluir