05 junho 2009

10 maio 2009
Passo ao sonho

meus sonhos nao voltam mais
por eles eu passei
por eles me fiz viva
mas hoje não me são uteis
perderam seu brilho
não corra, aonde pensa q vai chegar?
Não quero mais te contar
e ainda assim vc se faz presente
meus olhos não tremem mais
qd encontra os seus
então pq será desse vazio?
Te procurei mais uma vez
por meus sonhos novamente passei
mas vc já não me bastava
sou como essa borboleta azul
tenho as mais belas asas
e a maior sede de voar
por tudo me impede ainda
essa minha mania de fidelidade
assim me faço viva por meus sonhos
ainda que eles não me entenda
ainda que te procure
ainda que chore
ainda...
Viva.
Anjo de asa quebrada
A podridão daquele lugar não era mais terrena, infectava minha alma, meu ser corrompido ia pouco a pouco se juntando a natureza daquele anjo de asa quebrada.
Podia ouvir as dobradiças das portas, um tanto quanto enferrujadas, formando uma melodia fria que ecoava entre as casas vazias.
Ali me sentia bem e ao mesmo tempo comovida com a imagem daquele anjo "o que faria uma existência tão bonita se perder num lugar tão fúnebre?”.
Tão envolta em meus pensamentos entorpecidos por tal beleza não percebi a tristeza que emanava de seu olhar.
Depositou a ultima flor na pequena lápide, foi quando fui tomada por sua dor e ao ver a historia escrita com a mais fina pena de sua asa, pude entender o castigo dos anjos que até os próprios desconhecem.
Ainda hoje me pergunto "se ele soubesse que a paixão por aquela mortal ia fazer-la morrer, ainda assim quebraria suas asas para descer a terra sendo que nunca mais voltará ao ceu?".
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09 maio 2009
Devaneio

Era frio. Ela sabia disso pela forma que seu nariz ficava vermelho, mas seu corpo ainda fumegava e as lagrimas escorriam por entre as bochechas rosadas pelo vento.
-Não quero q seja real! Não... Não pode...NÃO!
Caiu de joelhos na neve fofa, gritava desesperadamente, mas ninguém entendia, também pudera, estava falando portugues na Inglaterra.
Uma criança loira passou ao seu lado, ajoelhou e disse:
-Está tudo bem, ele estará bem!
Era tão pequena e tinha o semblante cristalino, como se emanasse luz, por tudo isso, essas palavras levaram a moça um sentimento estranho era como se as lagrimas saissem de enxurrada, lavando alma, era como se o frio apertasse, mas as roupas incomodassem, era como se tudo perdesse o sentido, mas o sonho recobrasse a força.
-Quem é você? Eu...eu preciso....preciso sa..
-Sou como o vento!
Tendo dito isso sorriu docemente, saiu correndo e desapareceu por entre as arvores do bosque.
-Como...o...vento..
Enquanto se repetia essas palavras a mente buscava as memórias antigas, se lembrou de quando era uma criança que vivia pulando entre as arvores do bosque cantarolando:
-Sou como o vento a soprar as asinhas da pequena borboleta que vai voar....vai voar livre...
Chorou ainda mais diante de tal lembrança e, por mais estranho que pareça, percebeu que aquilo tudo lhe dava nova força para continuar, apoiou uma das mãos para se levantar, numa arvore espinhosa, sentiu a dor tomando conta de cada parte de seu corpo, mas não deixou se abalar, pois sabia o que precisava fazer e não podia mais adiar era sua decisão.
Levantou com as pernas bambas e foi ao hospital em que ele estava, parou diante do quarto de numero 103 e olhou pela ultima vez seu passado e a voz de esperança resoou em sua cabeça, era a hora de acabar de vez.
Entrou no quarto sem receio, ele olhou em seus olhos e lhe disse:
-Sabia que voce viria!
Ela suavemente sussurrou:
-Finalmente acabou! Descanse agora.
Ele fechou os olhos devagar e morreu docemente ao som daquelas palavras.
De manhã ela acordou de sobressalto, Bimi ainda lambia seus pés, foi olhar seu rosto meio palido no espelho e com certa exaltação entendeu seu sonho.
As lembranças dele ainda ainda estariam em seu coração mas seus sentimentos haviam morrido junto ao seu sonho.
Era dia 10/3, se arrumou com todo capricho e colocou seu vestido feito sob medida para ir ao casamento dele, afinal seu papel de madrinha ainda era importante.
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